Published 24 fevereiro 2025
Photo by: UFABC Team
Os MOOCs do projeto EMBRACE contaram com tutores docentes da UFABC, que avaliaram e aprimoraram o conteúdo para garantir qualidade acadêmica. Destacaram a variedade de materiais e ferramentas digitais, mas apontaram desafios na integração de idiomas, avaliações e navegação no Moodle. Suas sugestões ajudarão a melhorar edições futuras.
A oferta dos três MOOC desenvolvidos no projeto EMBRACE contou com a participação de docentes da UFABC convidados para atuarem como Tutores. Sua função abrange aprimorar os cursos com base em sua expertise, conhecimento técnico e científico de alto nível, avaliação e revisão do conteúdo, garantindo que o rigor acadêmico seja mantido em todos os módulos dos MOOCs. Os docentes tutores foram convidados por sua motivação em inovação no ensino e nos processos de co-criação, com capacidade e interesse em orientar os demais colegas em questões pedagógicas, especialmente relacionadas à integração das tecnologias na educação e/ou colaboração com o mundo do trabalho. Esse processo é facilitado pelos IDs em consonância com a estratégia de escalonamento do projeto, em que a partir da formação de 5 IDs e 2 experts, e o envolvimento de 15 docentes tutores, que poderão multiplicar os conhecimentos adquiridos, visando garantir a sustentabilidade das ações do projeto.
Os professores tutores convidados, orientados pelos IDs, realizaram os três cursos MOOC e apresentaram suas reflexões sobre suas experiências, fornecendo feedback para aprimoramento dos cursos. A troca de ideias resultou em ajustes tanto no conteúdo quanto na forma de apresentação, preparando o MOOC para ser lançado em maior escala para toda a comunidade universitária e público externo, visando atingir cerca de 300 professores de todas as instituições parceiras do projeto EMBRACE. Essa fase tem como foco garantir a escalabilidade do projeto e sua sustentabilidade, com a criação de uma estrutura de suporte e acompanhamento para manter e atualizar os cursos e a aplicação dos Open Badges, que certificam as competências adquiridas.
A primeira equipe de tutores contou com a participação das professoras Aline Panazio, Cristiane Sato, Denise Goya, Giselle Watanabe, Luciana Milena, Paula Tiba e Renata Simões, e dos professores César Freire, Julio Carlos Teixeira e Leonardo Melo, que realizaram o MOOC 1 e compartilharam observações detalhadas sobre a estrutura, o conteúdo oferecido, destacando tanto os pontos fortes quanto as áreas a serem aprimoradas para futuras edições.
Dentre os aspectos positivos, a variedade de materiais (vídeos e texto) e atividades interativas foi amplamente elogiada. A forma de acessar diferentes tipos de conteúdo proporcionou uma experiência de aprendizado dinâmica e acessível. Um dos tutores destacou que “ao alternar entre vídeos curtos, textos e atividades interativas, o curso fica bem atraente e fácil de acompanhar”. Também destacaram o uso adequado de recursos digitais e metodologias inovadoras, como o uso de licenças abertas e ferramentas como o H5P e o Kahoot. Os tutores reconheceram que essas ferramentas, quando pedagogicamente bem planejadas, podem trazer possibilidades interessantes para a avaliação e o ensino.
Em relação aos pontos de melhoria, um dos desafios mencionados pelos tutores foi a questão do uso de diferentes idiomas ao longo do curso. Houve um esforço para incluir legendas, mas os tutores apontaram que “o texto das legendas nem sempre é sincronizado com o áudio”, especialmente nos vídeos em espanhol. Uma sugestão para mitigar o problema foi mesclar conteúdos em português e espanhol, ao invés de uma divisão abrupta entre as duas línguas, o que causou fadiga em alguns momentos. Em relação aos questionários, os tutores relataram que algumas das perguntas de avaliação eram “muito fáceis de responder, mesmo sem leitura prévia do material”, o que levava a um processo avaliativo que não desafiava o aprendizado em profundidade. Foram sugeridas melhorias na elaboração das questões para evitar respostas óbvias ou alternativas sarcásticas, além de evitar o uso de dupla negação, que confundia os cursistas. A interface de navegação do curso no Moodle foi outro ponto de atenção. Alguns tutores mencionaram que tiveram dificuldades para navegar entre as atividades, especialmente quando links levavam a ferramentas externas e/ou fóruns ou questionários. A sugestão foi a criação de um vídeo tutorial sobre a navegação no Moodle no início do curso, para orientar melhor os participantes. Houve também uma preocupação com a contextualização local dos conteúdos, especialmente nos aspectos legais e recursos de plataformas educacionais. Por exemplo, em temas como “aspectos legais”, foi notado que os exemplos abordavam apenas a Colômbia, sem referência ao contexto brasileiro. Além disso, tutores apontaram que plataformas, como o Moodle, apresentadas nas aulas, tinham configurações diferentes daquelas usadas por instituições brasileiras, o que dificultava a aplicação prática do conteúdo estudado. Em termos de interação entre os participantes, os tutores sugeriram incluir debates ou painéis de discussão usando ferramentas como o Padlet ou Google Meet para promover maior engajamento e troca de experiências. Um tutor mencionou que “os fóruns de discussão não funcionaram muito bem, e não houve uma interação efetiva entre os participantes”, sugerindo a implementação de encontros virtuais curtos.
Os feedbacks dos tutores reforçam a relevância do pacote de trabalho WP2 – teachers’ digital and pedagogical competence como uma ferramenta de capacitação inovadora para professores no Brasil e na Colômbia, mas também apontam para áreas importantes de aperfeiçoamento, especialmente na adequação dos materiais às realidades locais, na melhoria das avaliações e na oferta de uma navegação mais intuitiva e inclusiva. Essas contribuições serão essenciais para a revisão do MOOC 1 e para o desenvolvimento de novas edições mais interativas e acessíveis e revelam a busca contínua da excelência na formação docente do ensino superior.